Literatura é a nova atração turística de Portugal

Uma das coisas mais surpreendentes sobre Portugal é a profundidade e riqueza incomparáveis ​​da literatura, tudo de uma nação do tamanho de Indiana.

Uma das coisas surpreendentes sobre Portugal é a profundidade e riqueza incomparáveis ​​da literatura, tudo de uma nação do tamanho de Indiana. Desde reis do século XIII que também foram poetas, até um muito recente Prémio Nobel da Literatura, a cultura portuguesa encontra-se nas páginas dos seus escritores. Por que este país?

Em primeiro lugar, Portugal foi a primeira nação europeia a adotar a sua língua nativa como língua oficial. O latim era usado pelos tribunais reais e tribunais durante a Idade Média, mas o sexto rei de Portugal - Dom Dinis (1261-1325) - decretou a língua do povo e fez dela a língua do governo.

Em segundo lugar, Portugal nunca foi uma nação feudal - as vilas e cidades tinham direitos e privilégios concedidos pelo rei e uma classe mercantil (a classe média) floresceu facilmente, com o crescimento da educação e da alfabetização. Terceiro, Portugal partiu para explorar e prosperar, justamente quando outras nações ainda estavam se recuperando da Peste Negra e da Guerra dos Cem Anos. Séculos turbulentos se seguiram - todos contribuindo para uma nação com uma história para contar.

Aqui estão apenas algumas das pessoas e lugares que serviram para tornar o Portugal de hoje rico em literatura.

FERNANDO PESSOA: O NACIONALISTA METAFÍSICO
Recentemente, o New York Times ofereceu um artigo brilhante sobre o significado do poeta Pessoa (1888-1935) hoje. Este poeta calmo e observador foi capaz de capturar a alma portuguesa de uma forma que iludiu todos os que o tentaram - incluindo outros portugueses. Sua estátua está, assim como ele, em uma mesa do século 19 A Brasileira Café no bairro do Chiado, no centro de Lisboa. Ele ainda observa a cidade ao seu redor. Uma casa onde viveu até tarde é hoje um museu. Pessoa escreveu sob muitos heterônimos diferentes - personagens que ele criou. São conhecidos pelo menos 72 deles e o mais comum é Alberto Caeiro, pastor; Ricardo Reis, um homem de letras; e Álvaro de Campos, um espírito livre.

CAMÕES: O POETA COM DUAS TÚMULAS E UMA SEPULTURA DESCONHECIDA
O Panteão Nacional de Lisboa contém um magnífico túmulo para o homem considerado o poeta da expressão portuguesa. O nome de Luís Vaz de Camões (1525-1580) encontra-se dourado no túmulo, mas o interior está vazio. A descida do rio, no magnífico Mosteiro dos Jerónimos, construído para celebrar o regresso de Vasco da Gama em 1498 da descoberta do caminho marítimo para a Ásia, é outro túmulo gótico e imponente. Fica ao lado do túmulo do próprio grande argonauta - Da Gama ˆ e é de Camões, que era primo de Da Gama. Também está vazio. O poema épico 10-Canto de Camões, Os Lusíadas, combina o deus da mitologia, a viagem de Vasco da Gama e a própria vida do poeta num comovente drama humano que transcende o naturalismo e fala a toda a humanidade. Onde ele está realmente enterrado é desconhecido.

Nascido em 1525, Camões morreu na obscuridade em 1580. O dia da sua morte é o dia nacional de Portugal. Mas muitos fatos de sua vida estão faltando. Nasceu no seio de uma família nobre, quer em Lisboa quer em Coimbra, em 1524. O seu pai era um capitão de mar, morto num naufrágio. Certamente passou e estudou em Coimbra. A universidade é mencionada com carinho nos seus poemas. Seu tio era monge no Mosteiro de Santa Cruz. Camões conhecia bem aquela igreja do século XII, como local de descanso dos dois primeiros reis de Portugal. Mas Camões fez parte da construção do império marítimo português – do Norte de África à Índia e à China – e perdeu um olho e um braço ao serviço do seu rei. Camões recebeu uma pequena pensão e viveu na pobreza. Uma estátua de Camões ergue-se acima da praça que leva seu nome no bairro do Chiado, em Lisboa. Recentemente restaurado, foi pago por assinatura popular. Nela a imagem divina de Camões tem o dobro do tamanho dos outros poetas e escritores da base ˆ dando-lhe uma altura que nunca teve em vida.

Os Lusíadas era essencialmente uma carta ao rei D. Sebastião, um apelo para que Portugal restituísse a decência e a glória dos tempos da Gama. Conta-se que o poeta leu seu poema ao rei no Palácio Real de Sintra em 1572. O rei chamou seu poema de “adequado” e continuou seus planos de invadir o norte da África. Seis anos depois, Sebastião liderou um enorme exército para Alcazarquivir no Marrocos e foi esmagado. Dois anos depois, quando Camões jazia no leito de morte, um exército espanhol invadiu e Portugal foi ocupado. As últimas palavras conhecidas deste poeta, soldado e sonhador foram escritas poucos dias antes de sua morte, quando os espanhóis se aproximavam de Lisboa. “Todos verão que meu país era tão caro para mim que me contentava em morrer não apenas nele, mas com ele.” Ele morreu em 10 de junho de 1580, assim como a independência da nação.

JOSÉ SARAMAGO: VENCEDOR DO PRÊMIO NOBEL DE PORTUGAL NA LITERATURA
José Saramago (1922-) foi o primeiro português a receber o Prémio Nobel da Literatura, em 1998, e apresentou a escrita portuguesa a leitores de todo o mundo. Ele mistura fato e ficção para criar reflexões surrealistas sobre a vida. O seu Memorial do Convento de 1982 ou “Baltasar e Blimunda”, situa-se no Portugal do século XVIII, quando o grande palácio mosteiro de Mafra se ergue em meio à Inquisição, ao surto da peste e às riquezas do Brasil. Baltasar, um soldado recém-chegado das guerras, e Blimunda, um clarividente que pode realmente ver dentro das pessoas, encontram-se com o padre renegado, Bartolomeu Lourenço de Gusmão, para construir uma máquina voadora. Bartolomeu realmente existiu, assim como o grande palácio. Hoje, o Palácio Nacional de Mafra é o monumento barroco mais importante de Portugal. É mundialmente famosa pelos seus 18 carrilhões e 2 órgãos, e a sua biblioteca é considerada a mais bela de Portugal, com mais de 6 volumes. Este palácio foi a residência oficial de verão da família real portuguesa até 38,000, quando Portugal foi proclamado república.

ALEXANDRE HERCULANO: O CONTO DO CASTELO SANGRENTO
Alexandre Herculano, (1810-1877) apresentou o romance histórico a Portugal Os seus restos mortais encontram-se num majestoso túmulo no Mosteiro dos Jerónimos, em Belém, perto de Lisboa. Herculano contou muitas histórias inspiradoras e poderosas sobre sua nação, mas a mais comovente pode ter sido a história de um pai, um filho e um castelo. Poucos alunos portugueses escapam sem ler o “Conto de Honra”, de Herculano, que se passa no Castelo de Faria. No século XIV, os castelhanos superavam em número o comandante do castelo, Gonçalo Nunes, e mantinham também o seu pai, Nuno Gonçalves, em cativeiro. Ameaçaram matar Nuno se o filho não se rendesse. Nuno diz ao filho para lutar até ao fim.

O comandante castelhano não gostou e matou Dom Nuno ali mesmo. Mas os portugueses resistiram e após um terrível cerco, os castelhanos foram derrotados.

Hoje, nas proximidades de Barcelos, uma estátua do pai e do filho está no centro da cidade, unidos em um abraço, suas espadas ainda prontas para enfrentar o inimigo.

ANTÓNIO VIEIRA E O CULTO DO REI PERDIDO
É o 400º aniversário do nascimento do poeta jesuíta António Vieira (1608-1697). Vieira é creditado por levar o mito de um rei morto e dar-lhe uma nova vida. Ele escreveu sobre um novo milênio em que o rei perdido de Portugal voltaria ao mundo. Por isso foi condenado pela Inquisição portuguesa, proibido de pregar e mantido preso por três anos.

A Lenda de Dom Sebastião é um tema de destaque na cultura e literatura portuguesas. Como dissemos acima, Sebastião era o jovem rei que muitos esperavam que restaurasse a nação. Mas Sebastião queria liderar uma cruzada, não um império comercial. Ele invadiu o território marroquino e foi totalmente derrotado. Ele nunca voltou, embora ninguém jamais tenha visto o rei cair em batalha. De volta a Portugal, aumentou a esperança de que ele voltasse e salvasse Portugal do que se tornou 60 anos de dominação pela Espanha. A lenda cresceu - o rei retornaria em uma manhã de neblina e recuperaria seu trono. Ao longo dos anos, muitos chegaram à costa alegando ser ele. O rei – jovem e velho – é uma imagem poderosa em Portugal até hoje.

No Museu de Arte Antiga de Lisboa, pode ver com os seus próprios olhos uma pintura do rei perdido. Nele, o rei, pouco antes de sua batalha final, parece muito jovem e desajeitado em sua armadura dourada. Sua mão esquerda segura uma espada; um cachorro lambe a outra mão. Seu cabelo ruivo, olhos vazios e boca franzida o fazem parecer insano.

Fonte: Gabinete Nacional de Turismo de Portugal

O QUE RETIRAR DESTE ARTIGO:

  • In it the god-like image of Camões is twice the size of the other poets and writers on the base ˆ giving him a height he never had in life.
  • It is next to the tomb of the great argonaut–Da Gama himself ˆ and it is to Camões, who was a cousin of Da Gama’s.
  • Os Lusíadas was in essence a letter to the King Dom Sebastião, a plea to restore Portugal to the decency and glory of da Gama’s day.

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Sobre o autor

Linda Hohnholz

Editor-chefe para eTurboNews baseado no eTN HQ.

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