Itália e a eleição de UNWTO Secretária-Geral

O turismo na Itália tem uma característica única que constitui o seu pilar. O país possui uma extraordinária riqueza de sítios Património Mundial, nada menos que 55, o maior número num país, uma honra partilhada com a China, além da riqueza de museus. Para a Itália, portanto, o turismo museológico e cultural é central.

Desde 2006, quando era Ministra da Cultura do seu país, Sua Excelência Mai Al Khalifa promoveu uma iniciativa global, “Investir na Cultura”, que realizou 20 projetos de turismo cultural, restauração de edifícios históricos e locais do Património Mundial, num valor superior a 125 milhões de dólares.

Este precedente torna a sua proposta de criação de um Fundo de Assistência Global para a reativação do turismo internacional quando a crise pandémica for superada, digna de atenção e credível e é uma garantia de sensibilidade a uma questão de importância prioritária para Itália.

A reativação necessária requer visão e projetos abrangentes. Pensando que se pode fazer isso sozinho ou no âmbito das ações bilaterais ilustradas no UNWTO declaração sobre as reuniões em Itália é ilusória.

O modelo proposto por Sua Excelência Al Khalifa e a sua ampla visão transcendem a área do turismo e podem ser emprestados de outras agências internacionais, algumas das quais, como a FAO, são de grande interesse para a Itália e com problemas de reativação quando a pandemia serão muito semelhantes aos do UNWTO.

A estrutura orçamental destas agências baseia-se nas contribuições estatutárias dos países às quais se somam as chamadas contribuições voluntárias com finalidade definida. Consequentemente, os programas assim implementados apenas num sentido muito lato enquadram-se nos programas de longo prazo da organização e muitas vezes reflectem o resultado de negociações bilaterais entre doadores e beneficiários num processo em que o papel da agência é intermédio entre o de corretor e notário.


Enquanto esta nota estava prestes a ser publicada, uma nota em italiano finalmente apareceu na web.

Argumenta que a carta dos dois anteriores Secretários-Gerais seria uma prova de uma luta pelo poder para continuar (sic!) a controlar UNWTO e afirma que “Os atuais líderes… acreditam que a data marcada para as eleições não pode ser adiada porque o acordo da comissão executiva não pode ser adiado”.

A primeira afirmação fala por si. Que continuidade maior do que uma reeleição? A explicação da impossibilidade de um adiamento também não explica nada. Na verdade, parece que a pressa de uma publicação rápida produziu o gatinho cego quando a nota se refere a um acordo adiado (?). (Talvez fosse revisado, cancelado, ignorado).

A carta é conhecida há muito tempo. A nota do dia anterior parece indicar que estão a surgir o bom senso e a necessidade de garantir à OMT os padrões de transparência e justiça que (quase) todos nós esperamos de uma organização das Nações Unidas. Estamos confiantes, ou melhor, certos, de que o Governo italiano se sairá bem.

A World Tourism Network chamado para Decência no UNWTO Eleições, e sua campanha ganhou apoio mundial.

#reconstruindoviagens

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Sobre o autor

Galileu Violini

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