Os líderes dos estados africanos, que participam na Cimeira Africana do Clima, realizada na capital queniana, emitiram uma declaração no final do evento de três dias, apelando à introdução de um “imposto global sobre o carbono” para combater as alterações climáticas.
A Declaração de Nairobi, assinada por líderes do continente de 1.3 mil milhões de pessoas, apela à introdução de um imposto especial sobre os combustíveis fósseis, a aviação e o transporte marítimo, que exigiria que os maiores emissores mundiais de gases com efeito de estufa dedicassem mais recursos para ajudar as nações mais pobres.
A declaração também mencionou a promessa não cumprida de 100 mil milhões de dólares anuais às nações em desenvolvimento no financiamento climático, feita há 14 anos.
África alegadamente recebe apenas 12% dos 300 mil milhões de dólares de que necessita anualmente para fazer face aos efeitos das alterações climáticas, apesar de possivelmente estar entre os mais vulneráveis ao seu impacto.
A declaração apelava também a que a vasta riqueza mineral extraída em África fosse ali processada, observando que “a descarbonização da economia global é também uma oportunidade para contribuir para a igualdade e a prosperidade partilhada”.
“Nenhum país deveria alguma vez ter de escolher entre as aspirações de desenvolvimento e a acção climática”, afirma o documento.
Os signatários da Declaração de Nairobi afirmaram que o documento será utilizado como base para a sua posição negocial na cimeira COP28 de Novembro, no Dubai.
África recebe apenas cerca de 12% dos 300 mil milhões de dólares de que necessita anualmente para lidar com os efeitos das alterações climáticas, apesar de ser possivelmente um dos mais vulneráveis ao seu impacto.
De acordo com o presidente queniano, William Ruto, foram assumidos compromissos no valor de 23 mil milhões de dólares durante Cimeira do Clima em África, que se concentrou principalmente em debates sobre a potencial mobilização de financiamento para se adaptar a condições climáticas cada vez mais extremas, conservar os recursos naturais e desenvolver energias renováveis.