“Os jovens que trabalham aos fins-de-semana vão ganhar mais do que nos dias normais.” O Ministro do Turismo, Daniela Santanchez, anunciou na apresentação à Câmara dos Deputados do projeto de lei de turismo acessível. Tem havido muito debate recentemente sobre a falta de trabalhadores no turismo.
O ministro reconheceu que “existe uma grande possibilidade de emprego no turismo, mas trabalhar aos sábados ou domingos é cansativo para os jovens; estão mais atentos à qualidade de vida e ao lazer.”
Por isso, garantiu Santanche: “Estamos a pensar, e penso que vamos convencê-los nos próximos 15 dias, aprovando incentivos para que quem trabalhe aos feriados ganhe muito mais do que aos dias de semana.
“Este é um setor em que realmente existem muitas oportunidades de emprego para imaginar o famoso elevador social.”
Santanche fez uma careta aos que a precederam no governo afirmando: “Sempre acreditamos no turismo como o 'petróleo da nação'. Todos concordam, mas pouco foi feito. Enfim, hoje temos um ministério com pasta, e isso é uma mudança de ritmo.
“Quando há uma visão e [nós] acreditamos que esta deve ser a primeira empresa de uma nação, isso é feito, e estou confiante de que existe uma grande oportunidade de emprego no turismo.”
O ministro concluiu esperando que alguém vote unanimemente o projeto de lei.
“Se essa proposta não tivesse o voto de toda a assembléia, seria muito preocupante.”
“O turismo deve ser acessível a todos. Um país democrático deve dar às pessoas com deficiência a liberdade de acesso não apenas às instalações de acomodação, mas também aos transportes”, afirmou.
Trabalho, Fuga do Turismo
Olhando mais de perto, esta é uma situação paradoxal. Para o corrente ano, face a uma procura turística que muitos analistas consideram estar a crescer “extraordinariamente”, a oferta de serviços apresenta riscos bruscos devido à escassez de pessoal que, segundo estimativas, ascende a 50,000 mil unidades. Some-se a isso mais 200,000 trabalhadores que poderiam se somar a esse imenso canal de indústrias afins que envolve setores como alimentação, instalações aeroportuárias e serviços turísticos em geral.
Uma escassez total aconteceu na temporada de verão de 2022.
A diferença hoje é que há consciência deste défice antes do início da época alta, e há muita antecipação para o que pode emergir da mesa de trabalho promovida pelo Ministério do Turismo onde, em conjunto com as entidades de classe, devem ser dadas respostas operacionais imediatamente estudados e transformados – com a ajuda do governo – em medidas efetivas.
De acordo com a Confcommercio, uma empresa sem fins lucrativos que oferece turismo, contabilidade, impostos, publicidade, TIC, consultoria, serviços jurídicos e de crédito, e dados da Infocamere, uma empresa de TI que fornece serviços de gerenciamento de dados para as Câmaras de Comércio Italianas, como bem como pesquisas do Eurostat, o escritório de estatística da União Européia, Itália é o país europeu com maior número de empresas na área do turismo: 383,000 mil (no final de 2021) com mais de 1.6 milhões de pessoas ao serviço. Isso significa um peso específico de 18% sobre o total de empresas italianas e uma incidência de 3.7% sobre a economia real do sistema do país.
De acordo com o Eurostat, Alemanha, Itália e Espanha possuem quase metade (48%) de todas as unidades de trabalho de turismo pesquisadas na Europa, com um total de 2.6 milhões de funcionários. Mas é sempre a Itália que, no período pós-COVID, parece ser o local com maior sofrimento de pessoal especializado ou qualificado.
Trata-se de uma situação complexa e imprevisível do ponto de vista organizacional que, segundo os analistas, corre o risco de causar prejuízos ao nível da perda média de volume de negócios no período estival igual a -5.3%.
Quanto aos remédios, a maioria das associações comerciais está exigindo medidas dignas de emergência: acordos coletivos nacionais, recrutamento de pessoal por meio de formas inovadoras de colaboração com sistemas privados como a Adecco, o segundo maior fornecedor mundial de recursos humanos e pessoal, bem como alianças correspondentes com troca efetiva de dados para pesquisas direcionadas de pessoal especializado.
São também necessárias medidas de isenção fiscal e novos tipos de contratos sazonais para permitir que todas as empresas da cadeia de abastecimento invistam em recursos humanos.
Para o futuro do turismo, hotelaria e restauração, há dois níveis a abordar. A primeira está ligada à obsoleta definição de front office onde os funcionários estão em contato com o cliente. A segunda é a digital, onde uma erupção da Inteligência Artificial está se aproximando para fornecer soluções inovadoras na interação com o cliente.