Brasil, um exemplo mortal no mundo para o turismo e COVID-19

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Escrito por Jürgen T Steinmetz

O Brasil registrou um número recorde diário de infecções e mortes pelo novo coronavírus na quarta-feira, enviando seu número total de mortes para mais de 90,000 pessoas.

Até hoje, o Brasil registrou 2,711,132 casos e 93,659 mortes. 1,884,051 brasileiros se recuperaram, mas 732,422 ainda são casos ativos, com 8,318 considerados graves. Ele converte para 12,747 casos por milhão, atrás dos Estados Unidos com 14,469 casos. No Brasil, 440 em 1 milhão de morre, nos Estados Unidos, esse número é 478.

Os números do Peru e do Chile são ainda piores, tornando o Brasil o terceiro país mais mortal da América do Sul, ou o número 12 do mundo. Os Estados Unidos são o décimo país mais mortal.

Apesar dos números recordes, o governo emitiu um decreto reabrindo o país aos visitantes estrangeiros que chegam de avião, encerrando uma proibição de viagens de quatro meses na esperança de reviver uma indústria de turismo devastada pelo bloqueio.

O Brasil, que foi mais atingido do que qualquer outro país, exceto os Estados Unidos, pela pandemia. Problemas técnicos provavelmente contribuíram para os altos números diários.

O ministério da saúde disse na terça-feira que os problemas com seu sistema de relatórios online atrasaram os números de São Paulo, o estado mais populoso do Brasil, e aquele com mais casos e mortes.

Mas nas últimas semanas o número de casos e mortes no país de 212 milhões de pessoas tem sido teimosamente alto, mesmo em dias normais.

Um funcionário do ministério da saúde atribuiu isso ao aumento dos testes.

“O programa de testes no Brasil se expandiu muito nas últimas semanas. Esse é um ponto extremamente importante ”, disse Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância Sanitária, em entrevista coletiva.

Aberto a viajantes

Enquanto isso, o governo estendeu as proibições relacionadas ao coronavírus para viajantes estrangeiros que chegam por terra ou mar por mais 30 dias, mas disse que as restrições "não vão mais impedir a entrada de estrangeiros que chegam de avião".

O Brasil fechou suas fronteiras aéreas para não residentes no dia 30 de março, numa época em que o vírus devastava a Europa e a Ásia e apenas se espalhava pela América do Sul.

Agora, o Brasil é o hotspot, sem sinais de que sua curva de infecção esteja perto de diminuir.

A indústria do turismo já perdeu cerca de 122 bilhões de reais (US $ 23.6 bilhões) por causa da pandemia, estima a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Como um todo, a maior economia da América Latina enfrenta uma contração recorde de 9.1% neste ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Saindo do bloqueio muito cedo?

Resta saber quantos estrangeiros desejarão vir.

O Brasil registra regularmente mais de 1,000 mortes por dia desde o início de julho, e mais de 30,000 novos casos por dia desde meados de junho.

O governo do presidente Jair Bolsonaro tem lutado para controlar o surto e enfrenta críticas por ter lidado com a crise.

O líder de extrema direita considerou o vírus uma “pequena gripe” e atacou as medidas de bloqueio por parte das autoridades estaduais e locais para contê-lo, argumentando que as consequências econômicas podem ser piores do que a doença.

Mesmo depois de contrair o vírus no início deste mês, forçando-o a trabalhar da quarentena no palácio presidencial por mais de duas semanas, Bolsonaro continuou a minimizar a gravidade da pandemia.

Em vez de bloqueios, Bolsonaro está promovendo a droga anti-malária hidroxicloroquina como forma de combater o vírus.

Como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem ele admira, Bolsonaro apregoa a droga como um remédio para o vírus, apesar de uma série de estudos científicos descobrindo que ela não tem efeito contra o COVID-19 e pode causar efeitos colaterais graves.

Após teste positivo para o vírus, o líder brasileiro tomou ele próprio a hidroxicloroquina, exibindo regularmente sua caixa de comprimidos.

Bolsonaro está atualmente em seu terceiro ministro da saúde da pandemia, um general do exército na ativa sem experiência médica anterior.

Os dois antecessores do ministro interino, ambos médicos, deixaram o país após confrontos com Bolsonaro, inclusive por insistência de que o ministério da saúde recomenda hidroxicloroquina contra COVID-19.

Enquanto isso, a maioria dos estados começou a relaxar suas medidas de permanência em casa, encorajados pelo fato de o número de infecções finalmente parecer ter atingido um patamar.

Mas a curva de infecção do Brasil se achatou em um nível muito alto de casos diários, e especialistas alertam que ainda é muito cedo para sair dos bloqueios em muitos lugares.

O QUE RETIRAR DESTE ARTIGO:

  • Apesar dos números recordes, o governo emitiu um decreto reabrindo o país aos visitantes estrangeiros que chegam de avião, encerrando uma proibição de viagens de quatro meses na esperança de reviver uma indústria de turismo devastada pelo bloqueio.
  • Como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a quem ele admira, Bolsonaro apregoa a droga como um remédio para o vírus, apesar de uma série de estudos científicos descobrindo que ela não tem efeito contra o COVID-19 e pode causar efeitos colaterais graves.
  • Mesmo depois de contrair o vírus no início deste mês, forçando-o a trabalhar da quarentena no palácio presidencial por mais de duas semanas, Bolsonaro continuou a minimizar a gravidade da pandemia.

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Sobre o autor

Jürgen T Steinmetz

Juergen Thomas Steinmetz trabalhou continuamente na indústria de viagens e turismo desde que era adolescente na Alemanha (1977).
Ele achou eTurboNews em 1999 como o primeiro boletim informativo online para a indústria global de turismo de viagens.

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