No cenário global interconectado de hoje, com viagens aéreas rápidas, mídias sociais difundidas e plataformas digitais onipresentes, o turismo é um meio vital de promover conexões internacionais.
Vimos na reunião recém-concluída do Conselho Executivo da ONU-Turismo e na eleição do Secretário-Geral em Madri como o turismo, os governos e as políticas externas ofuscam o trabalho independente dos ministérios do turismo.
Se esse for o caso, e as relações exteriores assumirem o controle do turismo, e não houver dinheiro para financiar um ministério ou escritório de turismo, embaixadas e consulados podem efetivamente assumir a tarefa de promover um destino para visitantes, investidores e intercâmbios culturais.
Não há dinheiro para abrir um conselho de turismo
O que acontece quando um país não tem os meios para se promover internacionalmente por meio de seu departamento de turismo? Quando faltam recursos financeiros para exposições, marketing online, relações com a mídia ou empreendimentos colaborativos, os departamentos de destinos estrangeiros podem desempenhar um papel crucial na utilização de recursos de suas embaixadas para promover o turismo.
Embora a promoção do turismo seja normalmente atribuída aos conselhos nacionais de turismo, em muitos países ao redor do mundo, a tarefa recai efetivamente sobre missões diplomáticas.
Isso pode transformar a embaixada em um centro de relações econômicas, culturais e estratégicas. Quando isso é feito com consciência, um sistema eficaz pode surgir — mesmo com recursos mínimos.
Estratégias de baixo custo e alto impacto
Com um orçamento limitado, uma embaixada não pode (e não deve) funcionar como um conselho nacional de turismo. No entanto, pode impulsionar processos, fomentar colaborações, aumentar a visibilidade e estimular o interesse pela sua localização.
Ferramentas de diplomacia cultural e relacional são utilizadas, como eventos temáticos, seminários, festivais gastronômicos, exibições de filmes ou exposições de fotos, para narrar uma história nacional única, desafiando estereótipos e criando curiosidade sobre o destino.
As embaixadas frequentemente envolvem comunidades da diáspora, que geralmente são profundamente enraizadas e influentes, na defesa do retorno do turismo. Há duas décadas, a Tailândia firmou uma parceria com o Bangkok Bank, em Nova York, para oferecer empréstimos com juros baixos a expatriados tailandeses nos Estados Unidos, permitindo-lhes abrir restaurantes tailandeses e promover o destino.
Os canais institucionais podem fazer a diferença
Uma página no Facebook, LinkedIn, Instagram ou uma página exclusiva no TikTok, ou um boletim informativo do consulado, podem servir como plataforma editorial para compartilhar artigos, experiências de viagem, passeios e entrevistas com operadores turísticos, hotéis ou museus locais. Esse conteúdo deve ser apresentado de forma informal, porém assertiva, para envolver e dar credibilidade às informações relacionadas ao turismo.
O turismo não existe isoladamente
O turismo é parte integrante de sistemas econômicos complexos e, quando devidamente integrado, pode fortalecer outros setores importantes, como comércio, educação, cultura e cooperação.
Uma parceria cultural pode incluir passeios temáticos ou workshops gastronômicos que transformam a experiência em interesse turístico.
Embaixadas e consulados podem ser uma ponte para o turismo
Consulados e Embaixadas podem se tornar uma ponte entre os setores público e privado. Ocupam a posição ideal para concretizar essas oportunidades, com a vantagem da credibilidade institucional e acesso direto ao fórum decisório.
O que uma embaixada ou consulado pode fazer?
Muitos embaixadores e funcionários de embaixadas já estão cientes do potencial turístico dos países que representam. Mas transformar essa conscientização em ação exige estratégias concretas, mesmo sem orçamentos específicos.
Uma opção inicial é designar um contato para o turismo, talvez em caráter eventual. Essa pessoa seria responsável por reunir recursos promocionais, monitorar o interesse, facilitar as conexões entre os fornecedores locais e os do país de destino e participar de eventos e conferências do setor. Uma única pessoa entusiasmada e com boa rede de contatos pode gerar interações significativas.
Embaixadores de viagens
Um segundo passo poderia ser criar uma rede de “Embaixadores de Viagens”, envolvendo jornalistas locais, blogueiros, agentes de viagens, membros da diáspora, acadêmicos ou até mesmo fãs da cultura do país.
O ex-Ministro do Turismo das Seychelles frequentemente creditava o sucesso inicial de seu destino no Oceano Índico ao grupo “Amigo da Mídia” de seu país.
Suporte DMCs
É crucial dar suporte aos DMCs e operadores turísticos locais, pois eles podem não ter o mesmo nível de exposição global.
As embaixadas podem ajudar organizando reuniões B2B, organizando apresentações, fornecendo cartas de apresentação e conectando-os com contatos importantes, o que pode melhorar significativamente sua reputação. Além disso, uma embaixada pode auxiliar na organização de viagens para convidar a imprensa, blogueiros ou agentes de viagens.
O turismo não fica à margem
O turismo não é um negócio paralelo, nem mesmo para países maiores. Em reuniões bilaterais, os embaixadores devem estar cientes das oportunidades econômicas e culturais que o setor turístico pode trazer ao seu país.
O papel do Banco Mundial
Em países em desenvolvimento, doações do Banco Mundial ou de estados doadores poderiam se transformar em oportunidades ainda maiores.
O turismo é um catalisador para o bem-estar, com impactos tangíveis e mensuráveis: crescimento do PIB local, aumento do emprego jovem e melhoria da qualidade de vida.
Governos e embaixadas desempenham um papel crucial.
Governos, embaixadas e órgãos públicos desempenham um papel crucial na mobilização de recursos e na garantia da coordenação entre as partes interessadas. Sem esse apoio político e diplomático, o turismo corre o risco de permanecer um fenômeno espontâneo e desestruturado; com ele, torna-se uma infraestrutura econômica adequada, capaz de redistribuir oportunidades e estabilizar territórios frágeis.
O turismo é um negócio de paz.
O turismo é um negócio de paz; cada visitante é um embaixador em potencial. Isso significa que o turismo já contribui significativamente para a harmonia, a compreensão e a cooperação globais.