Mesmo na sua primeira eleição como UNWTO Secretário-Geral em 2017 em Madri, Zurab Pololikashvili contou com o corpo diplomático residente na Espanha, a quem chamou de amigos como ex-embaixador da Geórgia.
Na atual 45ª edição da feira espanhola do setor de viagens FITUR, que está acontecendo em Madri, Zurab levou a celebração do 50º aniversário da ONU-Turismo do IFEMA, o recinto de feiras, para o Hotel Four Seasons em Madri.
Ele e seus patrocinadores tinham um bom motivo.
Tentando concorrer a um terceiro mandato incomum, Zurab tentou apelar aos países-membros do Conselho Executivo de Turismo da ONU que podem votar nele no conselho executivo.
Em 2017, este autor apresentou evidências e previu que Zurab tem uma conexão especial com a China ou pode de outra forma ser obrigado a este país. Alguns até disseram que ele era algum tipo de “célula adormecida para a China”.
Em 2018, na Assembleia Geral de Turismo da ONU em Chengdu, China, onde a eleição questionável de Zurab foi confirmada em circunstâncias ainda mais bizarras, a China criou uma organização com mandato do governo chinês para liderar a indústria mundial do turismo.
A organização nunca se tornou muito relevante, mas a ambição da China pode estar viva, e a reeleição de Zurab pode ser a chave para seu sucesso.
Sem surpresa, duas fontes disseram eTurboNews que a China patrocinou o dispendioso evento de Turismo da ONU ontem à noite no Hotel Four Seasons em Madri em troca de uma posição executiva no Turismo da ONU.
Espera-se que a China faça lobby pela reeleição de Zurab, sabendo que muitos países do Cinturão e Rota estão em dívida com a China após tomarem empréstimos dentro da iniciativa. Alguns desses países, como a Zâmbia, são membros do Conselho Executivo. É um segredo aberto que a China tem controlado a aviação civil neste país africano desde que a Zâmbia não conseguiu pagar os empréstimos para infraestrutura que recebeu após participar da iniciativa Cinturão e Rota da China.

Também não é surpresa que os dois candidatos concorrentes nas próximas eleições, Gloria Guevara, do México, e Harry Theoharis, da Grécia, não tenham sido convidados, apesar de estarem participando da FITUR.
Também não foram convidados nenhum ex-alto executivo ou secretário-geral da ONU Turismo. Como se tornou rotina para Zurab, a mídia foi basicamente proibida, e nenhuma conferência de imprensa aberta ocorreu.
A presença proeminente do Ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, foi uma das estrelas do evento, já que ele está liderando o Conselho Executivo encarregado de eleger um novo Secretário-Geral de Turismo da ONU em maio. O Brasil também foi um país parceiro da FITUR.
Anteriormente, os Reis de Espanha inauguraram a 45ª edição da FITUR/
“É uma honra e um privilégio refletir sobre o quão longe chegamos e reafirmar por que estamos aqui”, disse Zurab Pololikashvili em seu discurso. “O turismo não é apenas um setor da economia; é uma força que impulsiona conexões, entendimento e transformação.”
Zurab observou que mais de 1.5 bilhão de turistas internacionais viajam anualmente e mencionou os 56 conflitos em andamento no mundo todo.
O Secretário-Geral disse que em tempos de divisão, o turismo se posiciona como um silencioso, mas firme defensor da unidade. Parecia irônico que ele estivesse dividindo o turismo para poder obter votos questionáveis para um terceiro mandato.
Com base nas informações recebidas por eTurboNews, o presidente do Senegal denunciará este terceiro mandato e apelará às Nações Unidas e às organizações de transparência para que melhorem a governação.
O Ministro brasileiro, chefe do Conselho Executivo de Turismo da ONU e um firme apoiador do terceiro mandato do atual Secretário-Geral tomou a palavra, afirmando: “Temos que pensar no futuro como se fosse hoje para a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Trabalharemos juntos nessa direção no Comitê Executivo de Turismo da ONU para fazer um mundo de maior solidariedade, de maior cooperação.”