Uma disputa entre o Brasil e a Espanha resultou na recusa de entrada de dezenas de turistas dos dois países no país do outro e na deportação.
A polícia brasileira bloqueou no fim de semana cinco turistas espanhóis no aeroporto de Salvador da Bahia e colocou-os num avião de regresso a Madrid, alegando que não cumpriam os requisitos documentais e financeiros para entrada.
Outros cinco espanhóis foram deportados do mesmo aeroporto na sexta-feira pelos mesmos motivos. E pelo menos outros 10 sofreram o mesmo destino nos dias anteriores.
Na segunda-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse a repórteres que o Brasil poderia examinar com mais rigor os estrangeiros, após um recente grande número de deportações de brasileiros da Espanha.
“Isto não é algum tipo de discriminação contra os espanhóis. É apenas um aperto nos controles que está ocorrendo em todos os países”, disse Genro, descartando rumores de uma “crise” entre Brasília e Madri.
A mídia brasileira noticiou com indignação dezenas de casos de brasileiros sendo mandados de volta da Espanha, incluindo cidadãos que supostamente tinham todos os seus documentos em ordem.
O governo declarou seu “profundo descontentamento” com a situação na quinta-feira, um dia depois de outros 30 brasileiros terem sido detidos ao chegarem à Espanha.
O embaixador da Espanha, Ricardo Peidro, disse que as decisões de seu país em relação aos brasileiros foram baseadas em regras, não em discriminação.
Mas o chefe da comissão, Marcondes Gadelha, disse ao site brasileiro O Globo que Peidro reforçou os controlos de imigração antes das eleições gerais do fim de semana, que reelegeram o seu governo socialista.
Gadelha teria dito que a imigração tinha estado no centro da campanha e que a União Europeia, através de uma agência especializada chamada Frontex, tinha pressionado a Espanha a fazer mais para impedir entradas ilegais.
Ele disse à comissão que dos 110,000 mil brasileiros atualmente na Espanha, 40,000 mil deles estavam lá ilegalmente.
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