Ruanda – A projeção surge num momento em que o país foi classificado entre os 10 principais destinos de viagem pelo guia de viagens Lonely Planet, o que provavelmente resultará em mais turistas visitando o país. Isto colocará uma pressão extra sobre os 163 hotéis em operação atualmente.
Rosette Chantal Rugamba, vice-CEO responsável pelo Turismo e Conservação da RDB, disse numa entrevista telefónica que serão necessários pelo menos 6,000 quartos dentro de três anos para acomodar o número crescente de turistas. Atualmente, 3,552 quartos estão disponíveis.
Rugamba expressou o seu desapontamento com a maioria das acomodações existentes, dizendo que muitos hotéis são de qualidade inferior; segundo ela, faltam o básico que um turista internacional precisa para se sentir confortável dormindo em um hotel.
“Alguns dos hotéis só têm casas de banho exteriores”, Rugamba descreveu a situação terrível de alguns meios de alojamento no país.
Uma pequena pesquisa realizada pela Focus em alguns hotéis em Kigali descobriu que a maioria dos trabalhadores não falava inglês, deixando o número crescente de turistas que falam inglês em apuros.
“Tive de me mudar do Hotel La Palisse em Nyandugu para Mille Collines, porque não conseguia comunicar com o pessoal”, disse Joan Bella, uma ugandesa que actualmente trabalha como auditora no Ruanda.
Durante a mini-pesquisa, descobrimos que apenas no Kigali Serena Hotel e no Top-Tower Hotel em Kacyiru os funcionários falam francês, inglês e línguas locais da África Oriental. No Hotel Novotel, alguns dos funcionários entendem inglês, mas são em sua maioria francófonos.
Alguns hotéis, porém, estão se esforçando para solucionar o problema. “Começamos a recrutar funcionários que falam Kiswahili, Inglês e Francês em Janeiro”, disse um gerente do Alpha Palace em Remera. Além disso, o hotel deu um passo à frente e contratou formadores de inglês para ministrar formação interna.
Não é apenas a linguagem que causa problemas. Muitos hotéis simplesmente oferecem um atendimento ruim, com pedidos que demoram desnecessariamente para serem entregues, hábito que incomoda o turista. Além disso, existem poucos hotéis que aceitam pagamentos com cartões de crédito internacionais, como Visa.
“Apenas 72 hotéis atendem aos padrões internacionais”, disse Rosette Chantal Rugamba.
A cerimônia de nomeação do gorila Kwita Izina será realizada em 20 de junho.
É melhor que os hotéis e restaurantes comecem a tomar medidas, porque o número de turistas no Ruanda está a crescer, tornando o turismo agora o principal gerador de divisas e apoiando milhares de ruandeses através da criação de empregos.
No ano passado, o Ruanda atraiu 980,577 visitantes, em comparação com 826,374 em 2007. O tesouro arrecadou cerca de 209 milhões de dólares, em comparação com 138 milhões de dólares em 2007.
Segundo a RDB, a maioria dos turistas vem ver os gorilas das montanhas e a flora e fauna únicas dos seus três parques nacionais.
A popularidade dos gorilas provavelmente ganhará outro impulso na próxima cerimônia anual de nomeação de gorilas, Kwita Izina, que acontecerá em 20 de junho.
“Este tornou-se o principal evento turístico do Ruanda, que atraiu milhares de turistas, celebridades, meios de comunicação internacionais e pessoas de todas as esferas da vida”, afirmou um comunicado da RDB.
Este ano, onze bebês gorilas receberão nomes. A renda do evento será revertida em projetos comunitários.